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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Criou-se Dois Mundos


Criou-se Dois Mundos


No conceito comercial, um quilo de ouro tem muito mais valor do que um copo d’água, no qual todos concordam, sem vacilar. Se usarmos outro exemplo, sobre a questão da sobrevivência de nosso corpo, e  supor que estamos numa determinada região que foi assolada por uma grande e prolongada seca, ou algo semelhante, em que um copo d’água significa a vida ou a morte, os valores irão oscilar; alguns resistirão em aceitar a troca, não haverá a concordância de todos.

Podemos citar um terceiro exemplo,  como o que foi descoberto num manuscrito do Antigo Egito no início do século XX, no qual descreve a vida do Contador do Faraó e narra a sua preocupação de como fazer para alcançar com segurança o caminho da vida eterna, sendo que um dos trechos se refere… “lá em um determinado plano do Além, o nosso coração será avaliado em relação ao peso de uma pluma (pena), ilustrando que todos os nossos atos prós e contras, estariam representados simbolicamente pelo nosso coração, e se conseguirmos manter-nos puros, e até mais leves que a própria pluma, será aberto o último portal, caso contrário, se o coração pender mais pesado na balança, o peregrino será julgado, perdendo assim a consciência que adquiriu com muito esforço ao longo da vida”.

Para a atualidade, isto é uma medida de valor quase inconcebível 
incompreensível,  da mesma forma como ocorreu com vários avisos e advertências que chegaram sem efeito à época atual.
O que ocorreu?
Nós nos afastamos tanto das irradiações luminosas ao longo de milênios, que os conhecimentos das Leis da Natureza que é a mesma da Lei da Criação, era algo tão natural para todos, como também o conhecimento pós vida não era nada estranho, sabiam que cada pensamento, cada palavra, cada ação, cada sentimento intuitivo, iriam influenciar e moldar o corpo mais fino, aquele que iremos receber como resultado da nossa atividade. Com o distanciamento das influências luminosas, surgiu com o tempo um grande abismo e confusão; o ensinamento referente à espiritualidade ficou sendo conceituado como algo nebuloso, místico e correndo o risco de se manchar e se sujar; e o místico foi aceito e elevado a outros patamares, invertendo assim os valores.

O que era um saber puro dos Povos Antigos, quando outrora saímos da pátria como criaturas inconscientes, e que deveríamos empreender todos os esforços e aspirações para retornarmos como ser humano autoconsciente e espiritualizado; esse saber foi se extinguindo, tornando-se estranho, tido como fora de moda.
Antes, a voz mais fina, a voz da nossa intuição, pressentia uma unidade e seus efeitos aqui e no mundo mais fino; hoje se criou dois mundos, um terreno e outro desconhecido e cheio de mistério.
Uma das consequências de tudo isso, foi o crescimento da indolência, desconfiança e muitos outros conceitos negativos.
Outrora, tudo era recebido com pureza e infantilidade, cada um se sentindo tão pequeno pela graça e bondade do Criador, aceitando tudo com humildade e imensa felicidade.
Hoje tudo mudouenfraqueceu-se a voz que nos orientava e nos advertia, a voz da nossa intuição; e triunfou a voz do raciocínio.
Tudo é recebido com desconfiança, até as mais belas possibilidades ou as mais severas advertências.
    Assim, triunfou a Desconfiança.   

                                                               

                                                 Escrito por: Yoshio Nouchi

Saburo, o Tolo


Saburo, o Tolo


“Muito tempo atrás, havia um menino chamado Saburo, que morava em uma aldeia no Japão. Ele vivia fazendo coisas tolas, de modo que as pessoas o apelidaram de Saburo, o tolo. O menino só conseguia se lembrar de uma única coisa de cada vez, e assim se limitava a fazer aquela determinada coisa, não importando o quão tola ela fosse.
O pai e a mãe de Saburo ficavam muito preocupados com o comportamento do filho, mas tinham esperança de que ele ficaria um pouco mais esperto à medida que crescesse, e eram sempre muito pacientes com ele.
Um dia, o pai de Saburo lhe disse:
- Saburo, preciso de sua ajuda nos campos hoje. Por favor, vá à plantação de batatas e escave-as. Depois, espalhe as batatas cuidadosamente no chão e deixe-as secar ao sol.
-Eu entendi pai! – respondeu Saburo, que colocou sua enxada entre os ombros e rumou para a plantação de batatas.
Saburo estava ocupado escavando as batatas quando, de repente, sua enxada acertou algo metálico sob o chão. Ele cavou ainda mais fundo e encontrou um grande pote que havia sido enterrado ali. Quando olhou dentro do pote, Saburo encontrou muitas moedas de ouro. Era um grande tesouro que alguém havia escondido há muitos anos.
-Meu pai disse que eu preciso escavar as coisas e depois deixá-las secando no sol- pensou Saburo.
Assim, muito cuidadosamente, ele espalhou o ouro no chão. Ao voltar para casa, Saburo contou a seus pais o que havia feito(,) certo de que cumpria as ordens de forma correta:
- Eu encontrei um pote de moedas de ouro e espalhei-as para secar no sol.
Os pais de Saburo ficaram muito surpresos ao ouvirem a bobagem que ele havia feito. Eles imediatamente correram de volta à plantação de batatas, mas alguém já havia levado o tesouro. Não restava uma única moeda no chão.
- Saburo, preste atenção! Da próxima vez que encontrar algo assim você deve embalar com muito cuidado e trazer para casa. Não esqueça disso – explicou o pai.
- Entendi, pai- respondeu Saburo.
No dia seguinte, Saburo encontrou um gato fedorento no campo. Embalou-o e levou-o para casa, muito orgulhoso de ter se lembrado do que o pai havia dito. Ao ver o gato malcheiroso todo embrulhado nas mãos de Saburo, o pai não se conteve e gritou com ele:
- Seu tolo! Da próxima vez que você encontrar alguma coisa como essa, deve lavá-la no rio.
No dia seguinte, Saburo descobriu um grande toco de árvore. Ele pensou muito compenetrado, e se lembrou do que seu pai havia dito sobre o gato fedorento. Por isso, levou o toco e atirou-o na água, fazendo um grande barulho.
Nesse momento, um vizinho que passava por ali disse:
- Você não deveria jogar fora objetos valiosos como esse! Aquele toco poderia se transformar em uma boa lenha. Você deveria tê-lo cortado em pedaços e levado para casa.
-Entendi – disse Saburo, e foi para a casa. No caminho, ele viu um bule de chá deixado ao lado da estrada.
- Oh, aqui está algo valioso! – imaginou. Ele pegou sua enxada e quebrou o bule e a xícara em pequenos pedaços.
Depois, recolheu todos os pedaços e levou-os para casa.
- Olá, mãe! Veja o que eu encontrei e trouxe para casa.
Então, ele mostrou a mãe os pedaços do bule e da xícara.
- Minha nossa! – disse a mãe de Saburo.
- Esses são o bule e xícara novos que eu dei para seu pai usar no lanche de hoje. E agora você arruinou completamente!
No dia seguinte, o pai e a mãe de Saburo lhe disseram:
- Tudo o que você faz sai errado. Nós vamos até o campo trabalhar hoje. Fique aqui e tome conta da casa.
Sozinho, Saburo refletiu:
-Eu realmente não entendo por que as pessoas me chamam de Saburo, o tolo. Eu faço exatamente o que as pessoas me mandam fazer.”
Conclusão:
Essa é uma mensagem de alerta, para que diferenciemos a crença da convicção.
A convicção exige vida, análise aguçada e vivacidade de espírito.
A crença é quando nós, espíritos humanos, não vemos o caminho com nitidez ou já não alcançamos com a vista todo o caminho.
Vivacidade significa movimentar, ponderar e analisar.
Crença significa, aceitar apático os pensamentos de outros, crer às cegas, ou melhor dizendo, não compreender.
Nós devíamos estar com os olhos bem abertos, vendo tudo; e ver tudo significa saber de tudo, de todas as conexões da vida.
O saber e a crença não se combinam.
Assim, as inúmeras profecias, mensagens de alerta e mensagens de misericórdia que descem para alertar todos os seres humanos, ficaram sem efeito.
No texto, Saburo o tolo representa nada mais, nada menos que nós, os seres humanos.
Uma acusação das mais graves como esta, não poderia ocorrer para o destino da humanidade. E assim a profecia encerra.
Assim, demonstra que o pai do grande lar da Criação perdeu a paciência, e ainda com muito trabalho a fazer no seu campo ou quintal, teve de deixar o filho vegetando, até que encerrasse o seu círculo de crescimento e morte, sem poder usufruir conscientemente deste belo quintal e jardim, que foi destinado para todos nós.
Obs.: Livro de consulta: As Histórias Preferidas das Crianças Japonesas, livro 01, 2005, pág. 39, editora JBC.

                                                             Escrito por: Yoshio Nouchi

última Decisão



                  A última Decisão

Vamos supor que dois personagens da TV bem conhecidos de nosso momento de lazer e entretenimento venham fazer parte desta história.
 
Suponhamos também que eles estão numa trilha que acompanha um paredão liso e íngreme, mas quanto mais eles vão caminhando descuidadamente, a trilha vai se estreitando e o paredão do penhasco ficando mais perigoso.

O descuido deles é tanto, que outros colaboradores ou auxiliadores estendem algumas cordas de salvação de trecho em trecho ou de tempos em tempos.
Mas eles caminham tão indiferentes ou com tanta irresponsabilidade que não estão preocupados com as consequências futuras sobre seus corpos terrenos.

Chegam a uma situação tão crítica, que eles devem tomar a última decisão: se salvarem pulando sobre a corda estendida a eles ou não.
Este é o ponto crítico, a maior fraqueza destes dois personagens, em que até a capacidade de decidir deixou de existir.

Inúmeras cordas de salvação foram estendidas lá do alto, e o necessitado as utilizou apenas para o seu deleite e benefício, distorcendo a finalidade principal ou simplesmente rejeitando o auxílio, seguindo apenas o seu raciocínio e essa mania de presumir sobre tudo, rejeitando as singelas cordas de salvação.

Outros vão mais longe, fazem referências apenas a eles, sem se esforçar em compreender o verdadeiro sentido funesto desses dois personagens.

A última decisão, algo tão grave, mas que se tornou incompreensível para muitos, agora nesta época de grandes mudanças e transformações.



                                                                                                                                            Escrito por: Yoshio Nouchi