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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Saburo, o Tolo


Saburo, o Tolo


“Muito tempo atrás, havia um menino chamado Saburo, que morava em uma aldeia no Japão. Ele vivia fazendo coisas tolas, de modo que as pessoas o apelidaram de Saburo, o tolo. O menino só conseguia se lembrar de uma única coisa de cada vez, e assim se limitava a fazer aquela determinada coisa, não importando o quão tola ela fosse.
O pai e a mãe de Saburo ficavam muito preocupados com o comportamento do filho, mas tinham esperança de que ele ficaria um pouco mais esperto à medida que crescesse, e eram sempre muito pacientes com ele.
Um dia, o pai de Saburo lhe disse:
- Saburo, preciso de sua ajuda nos campos hoje. Por favor, vá à plantação de batatas e escave-as. Depois, espalhe as batatas cuidadosamente no chão e deixe-as secar ao sol.
-Eu entendi pai! – respondeu Saburo, que colocou sua enxada entre os ombros e rumou para a plantação de batatas.
Saburo estava ocupado escavando as batatas quando, de repente, sua enxada acertou algo metálico sob o chão. Ele cavou ainda mais fundo e encontrou um grande pote que havia sido enterrado ali. Quando olhou dentro do pote, Saburo encontrou muitas moedas de ouro. Era um grande tesouro que alguém havia escondido há muitos anos.
-Meu pai disse que eu preciso escavar as coisas e depois deixá-las secando no sol- pensou Saburo.
Assim, muito cuidadosamente, ele espalhou o ouro no chão. Ao voltar para casa, Saburo contou a seus pais o que havia feito(,) certo de que cumpria as ordens de forma correta:
- Eu encontrei um pote de moedas de ouro e espalhei-as para secar no sol.
Os pais de Saburo ficaram muito surpresos ao ouvirem a bobagem que ele havia feito. Eles imediatamente correram de volta à plantação de batatas, mas alguém já havia levado o tesouro. Não restava uma única moeda no chão.
- Saburo, preste atenção! Da próxima vez que encontrar algo assim você deve embalar com muito cuidado e trazer para casa. Não esqueça disso – explicou o pai.
- Entendi, pai- respondeu Saburo.
No dia seguinte, Saburo encontrou um gato fedorento no campo. Embalou-o e levou-o para casa, muito orgulhoso de ter se lembrado do que o pai havia dito. Ao ver o gato malcheiroso todo embrulhado nas mãos de Saburo, o pai não se conteve e gritou com ele:
- Seu tolo! Da próxima vez que você encontrar alguma coisa como essa, deve lavá-la no rio.
No dia seguinte, Saburo descobriu um grande toco de árvore. Ele pensou muito compenetrado, e se lembrou do que seu pai havia dito sobre o gato fedorento. Por isso, levou o toco e atirou-o na água, fazendo um grande barulho.
Nesse momento, um vizinho que passava por ali disse:
- Você não deveria jogar fora objetos valiosos como esse! Aquele toco poderia se transformar em uma boa lenha. Você deveria tê-lo cortado em pedaços e levado para casa.
-Entendi – disse Saburo, e foi para a casa. No caminho, ele viu um bule de chá deixado ao lado da estrada.
- Oh, aqui está algo valioso! – imaginou. Ele pegou sua enxada e quebrou o bule e a xícara em pequenos pedaços.
Depois, recolheu todos os pedaços e levou-os para casa.
- Olá, mãe! Veja o que eu encontrei e trouxe para casa.
Então, ele mostrou a mãe os pedaços do bule e da xícara.
- Minha nossa! – disse a mãe de Saburo.
- Esses são o bule e xícara novos que eu dei para seu pai usar no lanche de hoje. E agora você arruinou completamente!
No dia seguinte, o pai e a mãe de Saburo lhe disseram:
- Tudo o que você faz sai errado. Nós vamos até o campo trabalhar hoje. Fique aqui e tome conta da casa.
Sozinho, Saburo refletiu:
-Eu realmente não entendo por que as pessoas me chamam de Saburo, o tolo. Eu faço exatamente o que as pessoas me mandam fazer.”
Conclusão:
Essa é uma mensagem de alerta, para que diferenciemos a crença da convicção.
A convicção exige vida, análise aguçada e vivacidade de espírito.
A crença é quando nós, espíritos humanos, não vemos o caminho com nitidez ou já não alcançamos com a vista todo o caminho.
Vivacidade significa movimentar, ponderar e analisar.
Crença significa, aceitar apático os pensamentos de outros, crer às cegas, ou melhor dizendo, não compreender.
Nós devíamos estar com os olhos bem abertos, vendo tudo; e ver tudo significa saber de tudo, de todas as conexões da vida.
O saber e a crença não se combinam.
Assim, as inúmeras profecias, mensagens de alerta e mensagens de misericórdia que descem para alertar todos os seres humanos, ficaram sem efeito.
No texto, Saburo o tolo representa nada mais, nada menos que nós, os seres humanos.
Uma acusação das mais graves como esta, não poderia ocorrer para o destino da humanidade. E assim a profecia encerra.
Assim, demonstra que o pai do grande lar da Criação perdeu a paciência, e ainda com muito trabalho a fazer no seu campo ou quintal, teve de deixar o filho vegetando, até que encerrasse o seu círculo de crescimento e morte, sem poder usufruir conscientemente deste belo quintal e jardim, que foi destinado para todos nós.
Obs.: Livro de consulta: As Histórias Preferidas das Crianças Japonesas, livro 01, 2005, pág. 39, editora JBC.

                                                             Escrito por: Yoshio Nouchi

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